quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Loiras Fatais

Reportagem, linda, da Revista Beleza!

Já imaginou Jean Harlow ruiva? Nem precisa. Num momento de privação dos sentimentos, a Metro pintou de vermelho os cachos da diva do filme A Mulher dos Cachos de Fogo, de 1932. O público odiou. Afinal, Harlow era a primeira perfeita dos sonhos eróticos. Antes dela, outas loiras haviam mexido com o libido dos espectadores. Como Marlene Dietrich e Mae West. Mas Marlene era sofisticada demais. E Mae o oposto: puro escracho.

A Vênus platinada


Jean Harlow estava no ponto certo. Até loura de verdade era, embora não louríssima- aquele platinado tinha muito de alquimia de farmácia, porém combinava a mil maravilhas com boca provocante e olhar lânguido e provocante. Com um corpo cheio de curvas, era como diziam os graúdos de Hollywood, má demais para não ser muito boa.
Foi também primeira a deixar para o mundo o mais óbvil testemunho: lourice, fama e fortuna não trazem felicidade. Sobe esse aspecto, poderia ter saído de braços dados com sua sucessora Marilyn Monroe, não fosse o  fato de que a 'Vênus platinada' já incendiava as telas quando MM ainda estava no berço.
Jean Harlow nasceu em 3 de março de 1911 com um nome um pouco cinematográfico: Harlean Carpetie. Jean Harlow, a verdadeira, era a mãe, uma atriz frustada que só esperou a garota fazer 15 anos para levá-la para os estúdios.
Com Marilyn, Jean possou nua (aos 18 anos) a atraiu a atenção e os favores do milionário produtor Howard Hughes. Como Marilyn, sonhou casar com sujeitos que não queriam nada com ela, além daquilo (no seu caso, a decepção foi o ator William Powell). E, como Marilyn, não teve tempo para envelhecer: morreu aos 26 anos de infecção nos rins causada, segundo fofocas por um aborto malfeito e tornada fatal pela recusa da Sr. Harlow, devota da seita Ciência de Cristo, de dar tratamento médico à filha. E Jean, a bomba sexual, sempre fez o que mamãe mandou.



Mas antes da Monroe aparecer para ocupar o trono vago da Vênus platinada, uma esperta garota de 16 anos entrou em cena. Dona de um nome (Julia Jean Mildred Frances Turner) e de um busto avantajados, possuía na verdade todo o equipamento necessário para não morrer pobre como tinha vivido até a manhã de janeiro 1936 em que foi descoberta tomando refrigerante e matando aula de datilografia. Nascia ‘a garota do suéter’ que estrearia no cinema numa pontinha de 30 segundo e já transformada em Lana Turner, depois ficaria conhecida também como ‘ O Andar’ por causa do balanço dos quadris.

Colecionar homens o hobby preferido das loiras

O que se espera de uma deusa do sexo dos aos 40. Colecionou homens. Os fofoqueiros de plantão relacionam 150. Colecionou maridos: sete ao todo, entre eles vários aproveitadores- e apenas um que tinha alguma coisa na cabeça, o band-leader (Art Shaw), que torturou a pobre Lana tentando obriga-la a ler. Ela bebeu, tentou suicídio, teve dois abortos, encontrou e perdeu o grande amor de sua vida (Tyrone Power), meteu-se num escândalo por causa de um gigolô (Johnny Stompanato). E conseguiu o impossível para os símbolos sexuais da época: Manter-se no trono das beldades louras mesmo depois dos 40 anos.
          Adorável pecadora

A essa altura do roteiro, outra falsa loura estava prontinha para fazer a Tuner parecer uma noviça. Havia mudado o nome de Norma Jean Baker para Marilyn Monroe, afinado o nariz, diminuído o queixo e corrigido os dentes, oxigenado o cabelo (e juram os mais chegados, outras partes mais íntimas).                                                                                 - O que Sharon Stones fez em Instinto Selvagem e lhe valeu o título de deusa loira nos anos 90, Marilyn fazia todo o dia: não usava calcinha. Usava, porem, toneladas de Mandrix. O certo é eu sua morte matou também os sonhos de imitadoras da segunda categoria – Como a inglesa Diana Dors e a americana Jayne Mansfield, mas famosa por ter um metro de busto, um marido cheio de músculos até o cérebro (Mickey Hargitave) e uma morte violenta nada glamourosa ( foi decapitada num acidente de carro em 1967).

Made in France

Mas Deus já havia criado e o diretor Roger Vadim revelado a mulher que tina mais em comum com o mito. Em 1956, enquanto Marilyn mostrava nas telas que nunca foi santa, uma francesinha de 22 anos causava furor com sua nudez, “bela como uma anjo, provocante como um demônio”, segundo a mídia. Na Rússia, suas fotos nuinha em pelo eram contrabandeadas em malas diplomáticas. Ela virou BB, a única diva do sexo, além de Marilyn, que dispensava nome e sobrenome- bastavam as iniciais.                                                                           
As duas tinham mais do que isso em comum. BB também era uma falsa louro, dona de lábios carnudos sempre entreaberto “a espera de um beijo ou de uma bofetada”, como foi dito na época. Ambas tiveram uma vida amorosa tumultuante e pensaram em suicído (Brigitte tentou quatro vezes). Mas as diferenças parecem ter pesado mais na balança. A Bardot nasceu em berço de ouro. Começou a carreira com classe: aos 15, já era capa de revista Elle. Virou símbolo de rebeldia ( a moça de boa família que não estava nem aí para as convenções e ia para cama quando e só com quem queria). Jamais concordou em filmar nos Estados Unidos. E, principalmente, como faz questão de frisar até hoje, nunca dependeu de homem. Em 1973, quando os três maridos tinham virado ex e percebeu que não ia encontrar nada no que procurava no bicho-homem, resolveu a dedicar-se a salvar animais em extinção e tornou-se ela própria em ser em extinção – a loura sedutora do cinema.

Busto farto, fôlego curto.

Na virada dos anos 50, enquanto BB vinha ao Brasil para transformar Búzios na praia mais Badalada do mundo, duas louraças européias conheceram dias de glória. A Miss Suécia 1951 Anita Ekberg ficará para sempre na história por duas cenas que o diretor Fellini bolou sob encomenda para seus seios espetaculares: o banho na Fontana di Trevi em a Doce Vida (1959) e o out-door sugerindo “beba mais leite” em Boccaccio 70 (1962). Depois disso,, a deusa nórdica recebeu catas de fãs implorando por um ‘sutiã usado’, apaixonou-se perdidamente por Tyrone Power (que preferiu continua casado com sua esposa morena), ganhou de um mante bilionário uma Ferrari feita especialmente para ela, casou com dois bêbados, namorou Frank Sinatra, Yul Brynner...
A suíça Ursula Andress também não tinha carisma suficiente, embora prometesse até demais. Quando saiu do mar usando um biquíni branco em O Sataânico Dr. No (1962), houve comoção geral. Ursula possuía um erotismo desinibido e um corpo e um rosto perfeito. Ao contrário, porém das outras deusas do cinema, fama e câmeras não faziam sua linda cabeça dourada. Era discretíssima (nunca comentou a ligação de sete anos que teve com Jean-Paul Belmondo) e, acima de tudo, odiava trabalhar. Um ano depois de Bardot parar de fazer biquinhos, a deslumbrante suíça endurou os biquínis e foi viver num rancho na Califórnia.

Pura dinamite

Difícil imaginar alguém proibindo Sharon Stone de fazer seja lá o que for. Ela é tudo que se espera de um símbolo sexual dos anos 90. Uma mistura explosiva de cérebro e sexo. Tem ambição de sobra, esperteza suficiente para recusar 6 milhões de dólares para interpretar Marilyn Monroe na tela, e claro, atrai homens o tanto quanto assusta. Ex candidata a Miss Pensilvânia 1975, Sharon dizia que também teve sorte, foram 13 anos de batalha até conseguir a grande chance, o papel da escritora homicida em Instinto Selvagem.

Outra ex-miss, que usou e abusou da direito de ficar nua nas telas e deu a volta por cima foi Vera Fischer. Disse ela uma vez que levou mais fama do que deitou na cama. Em outra, confessou ter transado com um patrocinador na TV Rio para conseguir o lugar de apresentadora. Ainda assim, seu prestigio esta acima do bem e do mal. Porque, afinal, é uma vencedora, conseguiu o que sempre quis: não ter o mesmo destino certinho de outras mocinhas bonitas de Blumenau. O cetro de Miss Brasil 1969 foi seu passaporte para realizar o sonho de ser atriz. Contra a vontade da mãe, como conta “Par ela, artista era Vivien Leigh em... E o Vento Levou. E, de repente, começou a pintar foto da filha nua nas revistas. Foi uma barra”. Vera Fischer, ao contrário da primeira diva Jean Harlow, nem sempre fazia o que mamãe mandava.